sábado, 9 de agosto de 2014

Casulo



Ca
    Su
        Lo...

A borboleta é livre e voa feliz tendo o vento como amigo, brinca com a suavidade da brisa
delicia-se ao nascer e ao por do sol, com asas vibrantes iluminando-a

A lagarta é livre e sente na firmeza da terra sua própria fertilidade em mutar, brinca com a lama
deleita-se ao amanhecer e ao entardecer, com seu corpo espreita-se pela mata

O casulo é conflito e confusão 
é ir e não partir
é brincar de esconde esconde
é uma metamorfose interior, 
onde o meio externo por melhor intenção que possua
se interferir, destrói, corroí, aniquila

Então como passar de casulo a borboleta?!
Então como saber se a lagarta não é a melhor opção?!
Pra que toda lagarta tem obrigação de ser borboleta?!

Faltam- me asas
Falta o chão
Casulo estou
Mão
Chão
Vento
Sentimento de existir e de estar casulo adormecido
gemendo, gritando, uivando por despertar

Casulo estou, mas casulo não sou!
 

Carinhosamente dedicado a almas amigas que me "suportaram" divagar sobre o casulo nos últimos tempos
(Guilherme Dias, Claudio Albuquerque, Elvis Lulio, Franck Fontes, Vinicius Rocha, Rogerio Lopes, Maria Camargo, Vilma Candido, Eduarda Biazolli)